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sábado, 2 de julho de 2011

O Brasil todo vale menos que a Mona Lisa


Informação que talvez vocês já conheçam – mas que, conhecendo, nós brasileiros preferimos esquecer:
O Brasil recebe por ano cerca de 5,1 milhões de turistas estrangeiros (dado de 2010).
A Mona Lisa, que está no Museu do Louvre, recebe mais de seis milhões. Sem falar da Torre Eiffel, também em Paris: 7,8 milhões de turistas estrangeiros por ano.
(Não por acaso, o turismo responde a 10% do PIB francês e está sob a supervisão do Ministério da Economia).
Quer dizer, do ponto de vista do turismo, o Brasil inteiro não vale uma Mona Lisa, não se compara a uma Torre Eiffel.
É triste, mas é verdade. Quando digo Brasil, digo: o Rio de Janeiro, o turismo de negócios e convenções de São Paulo, a exuberância tropical das praias do Nordeste, as cidades históricas de Minas e de Goiás, o Pantanal, a Amazônia, a Serra Gaúcha e mais um quilométrico etc. Junta tudo isso e não dá, como peça de edução, o ícone renascentista de Leonardo da Vinci.
Daqui a pouco a gente vai perder até para o Peru, de Macchu Picchu, do altiplano, de Lima e da cozinha estrelada dos chefs locais.
Eu acabo de sair de uma entrevista com os representantes da Comissão Europeia de Turismo no Brasil (confira aqui). Começa por isso: uma comissão europeia. Com 35 países (para vocês terem uma ideia, o novo presidente, Luiz Fernando Destro, representa a República Tcheca).
A Europa faz promoção em bloco. Uma das cobiçadas atrações, este ano, é um cruzeiro pelo Danúbio, promovido pela AmaWaterways – especializada em cruzeiros em rios. A viagem começa em Budapeste, na Hungria, passa pela Eslováquia e pela Áustria e termina na Alemanha.
Agora, imagina só o Brasil, Argentina e Chile promovendo em conjunto o turismo no Mercosul. Por que não? Seria de bom senso, até pela distância dos grandes mercados exportadores de turistas. Mas é impensável uma ação coletiva, sobretudo, em épocas com esta, de disputas futebolísticas.
A América Latina não se fala. E o Brasil não fala com a América Latina. Somos nós, hoje em dia, que repetimos aquilo que a gente reclamava nos argentinos: de se sentir europeu, nunca latino-americano

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